quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Sou caipira

Sou caipira pra caramba. Eu rio, choro, soluço, não amargo. Sou engolida pela multidão nas ruas, peço perdão quando meus braços (mesmo que pequenos) atropelam outros braços. Sou caipira pra caramba. Deito no colo de minha mãe, meu pai. Rio de mim mesma, desfilo nua pela sala de estar, me imagino madame (só que mais feliz). Imagino casas, lugares, vidas. Sou caipira e covarde, não sei negar a mim mesma. Sou caipira, pois nunca quis ser cristal, sempre quis quebrar.
Sou tão caipira que passo batom vermelho nos lábios e me sinto gente grande. E caipira. Meu olhar acompanha as novidades sem disfarçar estranha e encantamento. Meu sorriso se faz largo, estonteante. Caipira. Nossa, como eu sou caipira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário